7 de abril de 2009

Conclusões Inconclusivas

1. Constante
2. Controlo
3. Consciência
4. Noção
5. Diferença
6. Indignação
7. Realidade
8. História

1. Constante:
Crescimento interno, consequência inevitável das vivências felizes e das amarguradas e da junção de ambas por nós assimilada. Um todo, experiência em evolução perpétua, que se compreende em milhares de pequenas partes que despoletam diferentes sensações e reacções que, por vezes, nos apressamos a controlar em consciência de seu ímpeto variável; mas que, na maioria das ocasiões que nos preenchem a vida, não controlamos.

2. Controlo:
Consciente ou insconciente? Talvez se preencha de ambas as facetas, de acordo com as variáveis com as quais é confrontado. Ou talvez não seja jamais inconsciente e tal denominação se empregue com único objectivo de fuga à responsabilidade do acto, do momento e da consequência. É ou não é tão mais fácil justificar acções com insconciência? Mesmo essa se dota de opção nossa e não poderá esconder nunca o processo pelo qual optámos ao enveradá-la. Mesmo que o mundo não o perceba, nós sabemos ter optado por ela. Outra faceta interessante do Controlo é o acto de o doarmos a terceiros. Até que ponto o Controlo doado é, de facto, dos outros, se o oferecemos deliberadamente e em consciência do desenrolar?

3. Consciência:
Estado dúbio que nunca atestamos a 100%. A que guardamos para nós mesmos é a única dona da verdade. Mesmo que apelemos à sua insanidade em actos menos aceitáveis pela sociedade em que nos criámos e geramos, secretamente assume e acumula dados e resultados da equação das variáveis e acções. Agir em consciência é termos noção da sua existência e assumirmos os nossos actos como escolhas conscientes. Porque, na realidade, não existem escolhas inconscientes!

4. Noção:
Objectividade incutida pelas circundantes circunstâncias e sociedade em que nos é permitido evoluir. Não se trata de opção, bem pelo contrário, antes obrigatoriedade inerente à básica necessidade de sobrevivência e aceitação. A individualidade é aprisionada em nós mesmos e exteriorizada apenas em medida certa, deliberada permissão dos outros que nos permite avançar. A diferença existe em dimensão bem superior à que nos permitimos retratar, essa que se apresenta mais notória quando se comparam sociedades distintas e/ou distantes.

5. Diferença:
Salto de permissões, fruto de vivências distintas onde o mesmo ser em aparência de tipo humanóide se desenvolve e se permite desenvolver em auto-educação do aceitável e do correcto em determinada sociedade. Realidades que quando se confrontam não podem revelar maior índice de igualdades que de indiscutíveis diferenças. Tal diferença poderá causar impacto revelado em assumido acto de indignação.

6. Indignação:
Apesar de aparente acto de consciencialização assumida, reveste-se de nada mais que puro egoísmo e orgulho. Sentimento despoletado pela ignorância dos que não são capazes de ver nem assimilar a realidade que vislumbramos, mas que reflecte, igualmente e em direcção contrária, a nossa própria ignorância em não aceitação de diferentes realidades.

7. Realidade:
Sem dúvida, o que nos permitimos aceitar. Conjunto de escolhas, seleccionadas deliberadamente, com base em informação que incorporamos e catalogamos com fim específico e delineado por nada mais que o nosso próprio ego que alimentamos sem fim. Não existirão duas realidades idênticas, ou seja, dois seres que partilhem das mesmas noções em plenitude de semelhanças e opiniões, pois todas elas se revestem de causas e consequências definidas temporalmente, fisicamente, sociologicamente e em consciência da nossa própria história.

8. História:
Lembrança partilhada com determinado indivíduo interessado do processo percorrido, delineado e demarcado claramente pelo responsável compilador da mesma. Aclamá-la como fidedigna é acto irresponsávelmente arrogante, a não ser que todos os passos sejam catalogados e devidamente descritos. Se uma história individual relatada nos apresenta apenas vislumbre do que poderá ter sido o caminho percorrido de determinada personalidade, parece-me absurdamente inalcançãvel o relato fidedigno da história de um povo, muito menos da humanidade. Logo, mais uma vez, surge o acto de escolha e opção que empregamos na aceitação de factos e interpretação de factos pela qual optamos a nosso proveito.

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