13 de outubro de 2018

Informações médicas para quem tenha mais interesse

Nunca esperei que a onda de solidariedade fosse tão grande. Muito obrigada a todos.

Esta exposição tem o seu lado positivo, adoro receber mensagens de apoio, amor, força e deu alguma esperança quando tudo já se encontrava meio turvo.

No entanto, tem um lado menos bonito, onde temos de ler comentários negativos e intrusivos. Eu percebo a incompreensão das pessoas e as redes sociais são uma forma muito fácil de despejar frustração nos outros sem confronto real. Não estou chateada com isso😘 e continuo a desejar o melhor a toda a gente.

Não irei responder diretamente a tais comentários, porque além de previsíveis eu prefiro passar os momentos do dia em que estou em condições com os meus filhos e família a sorrir.

Decidi, por isso, explicar melhor a situação para quem tenha interesse em saber e para que quem já contribuíu também possa  saber melhor para o quê. 😁

É preciso, antes de mais, informar que nem todos os cancros são iguais. Existem n tipos que respondem de forma diferente a determinadas drogas e tratamentos.

Neste momento o meu cancro, infelizmente um tipo agressivo, hormonal ( mas her 2 negativo) e de rápido crescimento está na minha coluna, omoplata, costelas, fémur e externo sendo o pior o externo e estar entre os pulmões e na entrada do pulmão direito, no hilo.

irei fazer 3 meses de medicação seguida, o objetivo é tentar reduzir um pouco a incidência no pulmão e controlar o seu crescimento. Tentar que não se espalhe nem domine nenhum órgão.

Estou a fazer hormonoterapia nova (medicação que não existia há 2 anos atrás e que neste momento o SNS não está a conseguir facultar por ser mais cara e não terem orçamento), medicação para entrar em menopausa em injeções e faço medicação para os ossos intravenosa.

Tenho cansaço e náuseas diariamente, a sensação é de ter mais 40 anos em cima. O pior são as dores, estou medicada mas existem períodos do dia em que já não faz efeito e não posso tomar mais.
As dores concentram-se nas costelas e omoplata principalmente.

O cancro dos ossos não tem cura. Poderá com sorte reduzir. Esperamos que sim.

A radioterapia foi para reduzir localmente as incidências nas vértebras e reduzir as dores. Tenho uma vértebra em risco de colapso mais perto do cóxis.

Sobre o dos ossos, terei de fazer medicação para a vida, daí ser paliativo.. a medicação poderá dar-me mais anos, mas o cancro é esperto e muda de táticas ao final de um tempo e será preciso estar sempre em cima dos desenvolvimentos.


Fica então a informação médica para terem mais informações sobre a situação em questão.

Sobre o facto de não conseguir atualmente a medicação no SNS, falei ontem com um outro caso como o meu que também foi encaminhado para o Champalimaud do hospital de São José por não terem estas drogas à disposição. Não é o cancro mais comum e não se resolve com a quimioterapia convencional...

Caso eu faleça antes de utilizar os donativos, o dinheiro será encaminhado para outros doentes na mesma situação. E entretanto tentarei ajudar outras pessoas na mesma situação dentro do que me for possível.


Entretanto, vamos acreditar que os tratamentos vão conseguir travar este monstro e ter esperança para continuar a sorrir.

Beijinhos e obrigada a todos.

3 comentários:

  1. Os meus braços serão sempre demasiado pequenos para o meu abraço. Muita força, querida Mónica

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  2. Monic os teus post são muito importantes para termos a noção extacta da fase de tratamento e da gravidade da situação, até eu como amiga mais próxima os venho ler porque nem sempre falamos tudo ao telefone e aqui fico de perto, a saber da situação! Continua e obrigada pela partilha com o coração sempre cheio de amor, és incrível amor, incrível! love u loads

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  3. Olá,
    como podemos ajudar? algum nib directo para fazer transferência? Espero que tudo corra bem! bjs

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