Nas folhas que a árvore caduca ainda sustentava cintilavam os brilhos que o sol emanava naquela fria tarde de Inverno.
Os ramos bailavam em harmonia com a brisa que lhe despertava o rosto. Calma, ela sentia o frio que lhe acordava os sentidos com meiguice.
A cadência das cores, que em dávida a Natureza concedera àquela árvore, preenchiam os seus sonhos.
Deitada, ela respirava a sua calma e inalava a sua maturidade. O que aos outros aprazia trazer incómoda e agreste necessidade de refúgio, dotava-a de libertador sentimento de leveza e pacificidade. Sentia-se completa, encerrada em si mesma e beijada pelo vento, num misto de liberdade e despertença.
Sensação mais real e genuína não existira jamais, essa a de estar presente em si mesma, em assumida aceitação do seu ser.
O sol beijava-lhe a face enquanto ela fechava os olhos em sorrisos de prazeirosa aceitação dos seus toques doces e quentes.
Numa das suas inúmeras viagens a lugar nenhum, gozava a simples satisfação da inalação dos seus próprios sentidos.
A praia estava deserta e a areia levantava-se para dançar com o vento. Os dois, apaixonados, atiravam-se ao mar. Sentada, ela sorria e sentia a paixão que o vento materializava.
Vivos estamos todos, mas poucos são os momentos em que gozamos o simples estado de realeza dos nossos sentidos, que acordados nos enchem a alma de noção e sensação.
É bom estar viva!
Hora de almoço - praia da Torre! Oeiras!
Respira e Não Pira.
Há 5 anos
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