22 de dezembro de 2009

Boas Festas Menina!



Oi Menina,

Como estás? Espero que bem vivinha, cheia de força e muito feliz!

Sei que foi um ano difícil, mas, admite, não foste feita para ficares inerte e tens ultrapassado os obstáculos de acordo com as tuas possibilidades. Tens um bichinho dentro de ti que não te deixa parar, queres mais e mais e não desistes – Ainda bem!

Queria dizer-te, porque bem sei que mais ninguém o fará e porque reconheço o gesto como crucial, que tenho MUITO orgulho em ti!

Acredito na tua força e vejo o brilho nos teus olhos. Decerto, enfrentar o Mundo não foi fácil, mas o teu sorriso diz-nos tudo e mostra que bem valeu a pena a luta!
Todos nós precisamos de amor e ansiamos pelo reconhecimento desse sentimento em nós e nos outros. O amor é vital para nossas vidas como o ar, e é notoriamente reconhecido que sem amor a criatura não sobrevive.

Os teus poros emanam Amor, não só por essa pessoa linda que te elevou a tal estado, mas por todos os que te rodeam. E não quis deixar em branco este momento em que escrevemos a todos os que amamos. Tinha de te dizer que estás no bom caminho e que me fazes muito feliz por lutares pela nossa felicidade!

Afastas o Ego da minha boca por alguns instantes. Ao ver o teu sorriso, ignoro a inevitável síndrome de Eros e até mesmo a Psique que me domina no dia-a-dia. Sinto o Amor Interpessoal que existe entre mim e os que me rodeiam.

É tão bom ver felicidade no rosto dos outros!

E por gostar tanto de te ver assim feliz, escrevi-te este postal para te pedir que agarres o novo ano que se avisinha e continues a lutar por nós!

Um abraço do tamanho do Mundo!

A Tua alma.

5 de outubro de 2009

Inflingir nos outros e em nós mesmos

"Magoar alguém é transferir para outrem a degradação que temos em nós."
Simone Weil

A nossa tendência é sempre a de receber para dar. Receber sem retribuir é muito bom e muito fácil. Mas será justo para com a outra pessoa? E se essa pessoa formos nós?
Todos nós fazemos escolhas diárias a este nível. É constante, uma vez que não nos é possível dar o mesmo a todos os que nos circundam ao mesmo tempo. E muitas vezes nos arrependemos das nossas escolhas. Todos cometeremos tal erro inúmeras vezes, não há como escapar a isto. O importante é repensar no cometido, analisar as nossas opções e, tendo a noção dos estragos, assumir as culpas. O pedido de desculpas é, sem qualquer dúvida, fulcral. No entanto, não é suficiente nem poderá mudar a visão que os outros têm de nós. Não sejamos ridiculamente egoístas agora, não me refiro ao que os outros pensam de nós… Antes às suas intenções de nos continuarem a dar, seja amizade, seja boa educação, seja amor ou simples gesto. O sentimento de rejeição, muitas vezes induzido em erro de circunstância, apenas nos prejudicará caso não tenhamos a noção do mesmo e nada façamos para o demonstrar ao ser humano vítima da nossa humanidade. Caso tenhamos o senso de assumir a nossa natureza e o façamos perante os outros, é apenas normal que os outros o aceitem com resposta clara de que o percebem por serem, também eles, humanos. Também os outros se consciencializam da sua semelhante humanidade e é esse o pior repúdio que podemos sentir perante outra pessoa, caso nos aparente não ter a noção das consequências dos seus actos ou até tendo, não assuma a responsabilidade com uma naturalidade que nos enoja.

Quando só recebemos passamos uma mensagem à outra pessoa, mesmo que inconsciente, de que ela não tem valor para nós. Ou melhor ainda, que somos superiores a ela, que as suas necessidades não são importantes e que as nossas, sim, é que são importantes. É apenas normal que a outra pessoa se afaste de nós. Não existe pior repelente que o desprezo inconsciente. Esse que nos fere pelo simples facto de nem sequer ter sido planeado e de nos ter sido infligido única e exclusivamente devido a momento pessoal de egoísmo e egocentrismo.

Quando colocamos alguém à frente das nossas próprias necessidades, mostramos-lhe o quão importante a pessoa é e quão significativas são suas necessidades para nós. Mais uma vez, tal acto só poderá trazer verdadeiros sorrisos, caso seja, de facto, sincero e impremeditado.

Só receberemos o que formos capazes de dar. É pena não nos lembrarmos disto mais vezes. É pena não nos lembrarmos dos outros mais vezes. Dos que amamos. Dos que nos amam. Das suas necessidades e fragilidades. Nem sempre é fácil colocar os outros em primeiro plano. Falta-nos um pouco de humildade para darmos valor a alguém em detrimento de nós mesmos.

Falo por mim mesma, evidentemente. Hoje magoas alguém, amanhã magoam-te a ti…

Desculpa… Amo-te muito.

trecho que tenho lido várias vezes seguidas!

"People universally tend to think that happiness is a stroke of luck, something that will maybe descend upon you like a fine weather if you're fortunate enough.
But that's not how happiness works.
Happiness is the consequence of personal effort. You fight for it, strive for it, insist upon it, and sometimes even travel around the world looking for it.
You have to participate relentlessly in the manifestations of your own blessings. And once you have achieved a state of happiness, you must never become lax about maintaining it, you must make a mighty effort to keep swimming upward into that happiness forever, to saty afloat on top of it. If you don't, you will leak away your innate contentment."

Do livro mais marcante que li este ano.

Eat
Pray
Love
De Elizabeth Gilbert

5 de junho de 2009

Everything!!!!



"Everything"

Now I believe that what I used to think was a lie is really alive
Now I can see there's only one place to reach
Only one thing to preach and that's the highest
It's the strangest thing that I can feel so much

There is no reason, there is no logic to feelings
'Cause when love is the dealer I'm addicted
So fascinated, I can't stop this constant craving
You're contagious
It's the strangest thing that I can feel so much
For someone, somehow

[Chorus]
And I cannot hide, even if I try
You mean everything to me
Any fool can see, what you've done to me
You mean everyhing to me
And when you're not her, I jsut cry
And when you're not here, I could die

The best is still to come dear
The best is still to come for us

It's the strangest thing that I can feel so much
For someone, somehow

13 de maio de 2009

The Esteroids Of The Economy Of the World Are Burning


The growth economy is failing and we have to attempt a steady-state economy.

For four decades, the econimist Herman Daly has worked tirelessly to challenge the growth dogma that modern society has so enthusiastically imbibed. Publishing several books and more than 100 articles, Daly has even tried to effect change from within, spending six frustrating years at the World Bank, where he observed how misguided policies emerged from "an unrealistic vision of development as the generalization of Northern over-consumption." In 1994, Daly left the World Bank for the University of Maryland. To date, he has received the Right Livelihood Award as well as the Heineken Prize for Environmental Science awarded by the Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences.

Thanks to the overwhelming evidence natural scientists have amassed demonstrating that if we want to avoid catastrophic climate change, humanity must stop pumping CO2 into the atmosphere, mainstream economists are grudgingly coming to accept the fact that there are ecological limits to our growth after all. While the majority have yet to admit that growth is a false idol, once one limit is accepted, the likelihood that there are others quickly follows. Once these limits are accepted, the whole plausibility of continued growth crumbles.

Herman Daily has contributed to a new paradigm: the steady state economy. Regardless of whether it will be hard or easy, Daily proposes a SSE because we cannot continue growing, and in fact so-called "economic" growth already has become uneconomic. The growth economy is failing. In other words, the quantitative expansion of the economic subsystem increases environmental and social costs faster than production benefits, making us poorer not richer, at least in high-consumption countries.

Read the full article here:
http://www.adbusters.org/magazine/81/steady_state_economy.html

29 de abril de 2009

Rebel everyone, please!!!

Com o aumento dos preços do petróleo a atingir recordes, 2008 será recordado como o ano em que o mundo "civilizado" começou a sentir a pressão de um sistema viciado num recurso limitado e em extinção, pelo menos em termos de viabilidade vs profit.
Com organizações poderosas como o FMI a desencadearem guerras para segurar os poços mais acessíveis, a humanidade reviu-se na inevitável revelação da obscura dependência de tal recurso, doença que nos afecta a todos e da qual todos somos culpados de alimentar - essa que tornou possível a quadruplicação da população da terra nos últimos 100 anos!

Acordem para a vida amigos, eles bem começaram o novo ano em incríveis esforços de acalmia de ânimos e injecção de dinheiro irreal em todo o lado. Não se iludam, a factura tarda, mas não falha e será bem cara...
Querem eles que nos esqueçamos e que nos calemos... e vê-se o resultado - as massas seguem caladas e de cornos voltados para o chão...toca a encher os bolsos de ilusão porque o que importa é rir agora...que tristeza de existência...

Será que não vêem ou não querem ver?
A capacidade do ecossistema planetário foi forçada além dos seus limites e o Homo Sapiens enfrenta uma invisível adversidade evolucionária...
Ponderar a perspectiva de quase 7 biliões de pessoas a viver em equilibrio ecológico implica uma mudança radical, que infelizmente se demonstra utópica...
A verdade é só uma, a consciência terá de nascer num acordar individual...
Os que se decidirem a mudar e não só pensaremm numa possível mudança poderão ter alguma hipótese...
Estou farta de ver o mundo morrer...
Estou farta de ver os individuos infames e egoístas a sobreporem a sua ganância à beleza do simples existir.

Estou cansada...de não fazer nada para o contrariar... por mim venha a nova era Mad Max, venham eles que eu mordo-os a todos! LOLOL

Entretanto, cá me vou beliscando, certifico-me todos os dias das minhas opções e escolhas e apesar de não ter poder algum neste universo, posso orgulhar-me de não ser igual a eles.
Eu sou feliz, efémera e terráquea com Amor pela energia e matéria que me circunda!
Respeito-a e espero poder agarrá-la cada vez mais retrógradamente sem qualquer preconceito.

Eu, a parola de enxada na mão!
Cada vez mais preparada para me abstrair do ciclo consumista vicioso e cada vez menos preocupada com futilidades absurdas...
Quando menos se esperar, arranco em refúgio de mim mesma e dos que amo.
Sim, é possível! Acreditem e preparem-se!

Peace and Love aos que perceberem a mensagem!
E please - Não baixem as mãos - Rebel!

Incentivos precisam-se!!!!!!!!

7 de abril de 2009

Conclusões Inconclusivas

1. Constante
2. Controlo
3. Consciência
4. Noção
5. Diferença
6. Indignação
7. Realidade
8. História

1. Constante:
Crescimento interno, consequência inevitável das vivências felizes e das amarguradas e da junção de ambas por nós assimilada. Um todo, experiência em evolução perpétua, que se compreende em milhares de pequenas partes que despoletam diferentes sensações e reacções que, por vezes, nos apressamos a controlar em consciência de seu ímpeto variável; mas que, na maioria das ocasiões que nos preenchem a vida, não controlamos.

2. Controlo:
Consciente ou insconciente? Talvez se preencha de ambas as facetas, de acordo com as variáveis com as quais é confrontado. Ou talvez não seja jamais inconsciente e tal denominação se empregue com único objectivo de fuga à responsabilidade do acto, do momento e da consequência. É ou não é tão mais fácil justificar acções com insconciência? Mesmo essa se dota de opção nossa e não poderá esconder nunca o processo pelo qual optámos ao enveradá-la. Mesmo que o mundo não o perceba, nós sabemos ter optado por ela. Outra faceta interessante do Controlo é o acto de o doarmos a terceiros. Até que ponto o Controlo doado é, de facto, dos outros, se o oferecemos deliberadamente e em consciência do desenrolar?

3. Consciência:
Estado dúbio que nunca atestamos a 100%. A que guardamos para nós mesmos é a única dona da verdade. Mesmo que apelemos à sua insanidade em actos menos aceitáveis pela sociedade em que nos criámos e geramos, secretamente assume e acumula dados e resultados da equação das variáveis e acções. Agir em consciência é termos noção da sua existência e assumirmos os nossos actos como escolhas conscientes. Porque, na realidade, não existem escolhas inconscientes!

4. Noção:
Objectividade incutida pelas circundantes circunstâncias e sociedade em que nos é permitido evoluir. Não se trata de opção, bem pelo contrário, antes obrigatoriedade inerente à básica necessidade de sobrevivência e aceitação. A individualidade é aprisionada em nós mesmos e exteriorizada apenas em medida certa, deliberada permissão dos outros que nos permite avançar. A diferença existe em dimensão bem superior à que nos permitimos retratar, essa que se apresenta mais notória quando se comparam sociedades distintas e/ou distantes.

5. Diferença:
Salto de permissões, fruto de vivências distintas onde o mesmo ser em aparência de tipo humanóide se desenvolve e se permite desenvolver em auto-educação do aceitável e do correcto em determinada sociedade. Realidades que quando se confrontam não podem revelar maior índice de igualdades que de indiscutíveis diferenças. Tal diferença poderá causar impacto revelado em assumido acto de indignação.

6. Indignação:
Apesar de aparente acto de consciencialização assumida, reveste-se de nada mais que puro egoísmo e orgulho. Sentimento despoletado pela ignorância dos que não são capazes de ver nem assimilar a realidade que vislumbramos, mas que reflecte, igualmente e em direcção contrária, a nossa própria ignorância em não aceitação de diferentes realidades.

7. Realidade:
Sem dúvida, o que nos permitimos aceitar. Conjunto de escolhas, seleccionadas deliberadamente, com base em informação que incorporamos e catalogamos com fim específico e delineado por nada mais que o nosso próprio ego que alimentamos sem fim. Não existirão duas realidades idênticas, ou seja, dois seres que partilhem das mesmas noções em plenitude de semelhanças e opiniões, pois todas elas se revestem de causas e consequências definidas temporalmente, fisicamente, sociologicamente e em consciência da nossa própria história.

8. História:
Lembrança partilhada com determinado indivíduo interessado do processo percorrido, delineado e demarcado claramente pelo responsável compilador da mesma. Aclamá-la como fidedigna é acto irresponsávelmente arrogante, a não ser que todos os passos sejam catalogados e devidamente descritos. Se uma história individual relatada nos apresenta apenas vislumbre do que poderá ter sido o caminho percorrido de determinada personalidade, parece-me absurdamente inalcançãvel o relato fidedigno da história de um povo, muito menos da humanidade. Logo, mais uma vez, surge o acto de escolha e opção que empregamos na aceitação de factos e interpretação de factos pela qual optamos a nosso proveito.

6 de abril de 2009

Doidice de Gaja! lol

Provas Irrefutáveis de que o Amor no Feminino é nada mais que sintoma de Gaja Com Doença S.I.O. (Sentido Imensurável de Otária).

Qualquer prenúncio de tais sintomas deve ser imediatamente abafado com loucura desmedida que possa deitar por terra qualquer hipótese de sucesso de instalação da doença. No caso de corbardes, recomenda-se o isolamento total durante algumas horas após os momentos de frustração para que o resultado não se verifique a vermelho na cara do verme transmissor da doença. Respirar fundo e repensar prioridades deve ser sempre a primeira escolha para mulheres que se valorizem e não se revejam em novelas mexicanas.

Prova/ Sintoma nº1

Gaja em saída com Amiga

Verifica o telemóvel de 15 em 15 minutos para ver se existiu algum contacto da parte do Y que a contagiou. É quase sempre acto frustrado com resultados constantemente negativos, os quais verificados sucessivamente transformam o acto de verificação em acto vergonhoso.
A frustração é S.I.O.

VS

Gajo em saída com Amigo

(Retalhos de memória recuperados=) ...Olha uma gaja boa... vai mais uma bejeca... LOLOLOL... olha outra gaja boa... será que consigo conduzir?...LOLOL... cama...
Dia Seguinte: Olha tenho 5 mensagens e 3 chamadas não atendidas...Ops...

Recomenda-se a esta gaja em principio indiscutível de Otarismo:

- nunca ser a 1ª a enviar qualquer sms;

- verificar o telemóvel apenas de 2 em 2 horas, já que as hormonas não lhe permitem uma total cagatividade como se verifica tão descontraídamente nos homens e também porque tal alargamento do prazo só é possível com acentuado auto-controlo e sentida agonia interior...

Tal mulher deveria ser fuzilada de imediato, uma vez que nada há já a fazer quanto ao seu estado de Otarismo. Ainda não existe cura para tal mal e ouve-se dizer por aí que pode ser contagioso...

De qualquer forma, recomenda-se o auto-controlo e treino específico de contra-otarismo e iniciação ao T.A.O.-T.A.O. (Terrorismo Anti-Otarismo – Treino Anti-Otários)

Mais notícias em Breve
Ass. Sargenta T.A.O.-T.A.O.

3 de abril de 2009

17 de março de 2009

Let us use our Brain, for once....

Why Energy decent Planning permission Practical steps Permaculture land Organic architecture Why are we doing this?

First answer:

It's fun. Living your own life, in your own way is rewarding. Following our dreams keeps our souls alive.

Second answer:

Our society is almost entirely dependent on the availability of increasing amounts of fossil fuel energy. This has brought us to the point at which our supplies are dwindling and our planet is in ecological catastrophe. We have no viable alternative energy source and no choice but to reduce our energy consumption. The sooner this change can be begun, the more comfortable it will be.

For our energy consumption to decrease we must reduce consumption and dramatically increase the productivity of our land. This will require developing infrastructure and skills to enable locally self-reliant living. The simplest, sustainable solutions involve small-scale permaculture type land management systems centred around individual or small groups of dwellings. There is significant and growing energy at the grass-roots to start implementing these low impact developments. This enthusiasm comes from a combination of intellectual concern and the innate appeal of living closer to nature. The major obstacle is access to land. The price of land with residential planning permission is not commensurate with the income from this type of living. This will change, but these projects need time to develop and reach productivity. A few people are taking direct action but the numbers are far short of the critical mass that could be realised. If allowances can be made within the planning system to grant access to land, and the right to live on it, to those wishing to live this life, we can allow a grass-roots tide of people to make real progress towards a sustainable society.
Retirado de: http://www.simondale.net/

13 de março de 2009

9 de março de 2009

Networking!

Somos compilação de dados e memórias.

Processadores únicos e incomparáveis. Cada qual, a seu jeito, processa os dados acumulados e assimila ou rejeita experiências, qual máquina plena de beleza na sua autenticidade e exclusividade.

Todos coleccionamos. Catalogamos partilhas e dádivas mútuas em interpretação só nossa. São as catalogações similares que aproximam duas máquinas humanas, rasgos do acaso que unem duas mãos num processo de reconhecimento de compatibilidades e de caminhos paralelos que se verificam próximos sem explicação. Mesmo que ambas as máquinas tenham origem em fábricas diferentes, processem de formas antagónicas e registem experiências e factos em alturas diferentes e com importâncias diferentes, existem momentos de interacção que comprovam a compatibilidade inexplicável das duas.

Não é possível a integração de uma na outra nem o funcionamento de uma com base exclusiva no processamento da outra. As duas deverão continuar a processar individualmente, para que a partilha seja sempre genuína e aceite como processo interessante a analisar e considerar. Ainda assim, a interacção de duas máquinas não poderá nunca evitar a criação de uma memória comum, partilhada e processada por ambos.

Utópicamente, então, o ideal será juntar duas máquinas especializadas em diferentes áreas para que partilhem conhecimento, de forma a que ambas evoluam em uníssono. A assimilação de fragmentos de processos externos é factor incondicional, logo a abertura e ligação a uma rede externa e o contacto com o exterior torna-se imperativo.

Nunca a máquina será a mesma após assimilação de novo processo. Desfragmentação não é conceito meramente utópico, antes imprescindível e extremamente necessário, pelo que cada máquina deferá usufruir do seu próprio tempo individual. Segue-se a comitação dos dados introduzidos, interiorização de novos processos e interligação dos mesmos com os já implementados anteriormente em verificação de compatibilidades e ajustes de funcionamento. Por fim, a publicação dos resultados, transmissão de novos processos, fruto da interacção de todos os elementos, em usufruto da própria máquina.

O design é puro embelezamento externo que esconde e disfarça o código que só poderá ser desvendado pelos seus criados e intervenientes.

Apesar da funcionalidade operacional se verificar, por vezes apenas o código nos poderá revelar a complexidade das acções que tais operações despoletam.
As cicatrizes dos erros forçam as máquinas a esforços extras para atingimento dos objectivos.

Mas o fim é o mesmo para todos e o objectivo será sempre o de seremos felizes!

Process» Check» End» Online

5 de março de 2009

Há dias assim!



Shadow on the Wall!
I would make no sound at all!!!

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28 de fevereiro de 2009

VERDE!

Verde que chilreia, castanho que pulula, azul que me cobre e laranja que já se despede.

Aqui, cheira-me a paz!

Respiro as ondulações verdejantes e contemplo as pegadas suaves no pasto.
Como é belo este pousio. Que se agitem outras terras enquanto, aqui, florescem as novas cores que já se avistam a desabrochar. O vento balança-me os caracóis com suaves beijos aquecidos pelo sol que se demora mais um pouco em contemplação de menina que o encara de olhos serenamente fechados.

As árvores abrem os braços, despojadas de seus ramos em recente poda, e parecem querer adoptar-me com carinho. As giestas amarelam pelos caminhos e eu sinto o seu cheiro ao calcorrear as vielas de bicicleta.

Cá, neste adro de 1881, descanso as pernas e me despeço do sol de hoje.
Tão simples é a felicidade quanto é a natureza. É deixá-la seguir o seu rumo, aceitá-la com um sorriso nos lábios e respirar a nossa breve existência com sentimento.

Pussos, 23 de Fevereiro de 2009

23 de fevereiro de 2009

Mil Vezes Mais Do Que Eu Te Sei Dizer!



A ti, minha Estrela da Manhã!
Que continues a trazer o Sol!

Kiss

22 de fevereiro de 2009

Mais uma das minhas viagens a lugar nenhum!

Decidira tirar um dia para si mesma.

Por mais amor que sentisse para com todos aqueles de quem cuidara incondicionalmente durante anos, o seu coração apertado e vazio gritava mais alto e pedia-lhe, suplicava-lhe, que desatasse a correr até chegar a um campo verde onde fosse capaz de respirar apenas as suas próprias necessidades.
A sua mente exausta se encontrava e nada mais era capaz de replicar, muito menos comunicar. Os processos levantavam demasiadas questões, robóticas acções de comunicação para alguns que para ela se haviam tornado em processos estatalmente burocráticos.

O mundo tem acelerado cada vez mais nas últimas décadas. A força da tecnologia e da informação tornou-nos conhecedores precoces da nossa insignificância.
A maturidade só depende da nossa força de vontade de usufruto desta sabedoria ao nosso dispor. Idade já não é expoente de sabedoria. Essa viverá em quem a acolher e receber com humildade. É preciso distanciarmo-nos da velocidade dos anos e focarmo-nos na nossa paz de espírito. Hoje em dia, a pressão é ainda mais precoce. A sociedade distingue-nos, separa-nos, cataloga-nos e atira-nos aos lobos sem piedade. Mas as escolhas feitas durante o processo da nossa própria criação foram exclusivamente nossas, não hajam dúvidas e não se façam conspirações em protecção da vítimização dos fracos.

A nossa era é mais directa, os processos de crescimento são mais intensos e as mudanças tanto biológicas como psicológicas são mais fortes. Aceitarmos os nossos erros e defeitos sempre foi sinal de sabedoria. Mas as revoluções fizeram-nos querer sempre mais, tornaram-nos cada vez mais sedentos, ambiciosos e cientes das nossas possibilidades. Já não nos retemos na conformidade. A idade já não é nem deverá ser nem causa nem consequência para a inércia, como desculpa para não nos corrigirmos. É bonita a aceitação de nós mesmos e dos outros; mas a evolução é nada mais que inevitável e espreita a cada novo nascimento.

Vestiu o que de mais confortável encontrou. Um vestido de algodão que lhe tirava dez anos de cima e a levava de volta à sua ingenuidade perdida. Estava decidida a passar um dia inteiro no meio de multidões consigo mesma, apenas. Iria passear pela cidade como nunca o fazem os que a viram nascer e os que sempre lá viveram.

Caminhava quase como que hipnotizada pelos seus próprios pensamentos. Perguntava-se mil coisas e respondia-se sem preconceitos, como nos é apenas genuinamente possível fazer connosco mesmos.

Era reconhecível a emergente e imperativa necessidade de fazer um backup e formatar o disco operativo. Precisaria de tempo para renistalar todos os programas necessários e para levar a cabo todos os upgrades pretendidos, de forma a poder voltar a funcionar racionalmente e poder, quem sabe, talvez, adquirir novas funcionalidades ou até novo software que a dotasse de mais ligeireza nos movimentos.
Seguia a pé pelo meio das gentes, agora já se rindo da sua própria analogia.

Apanhou o comboio e reentrou num mundo paralelo que bem conhecia, mas do qual a memória já havia sido zipada. Tinha-se tornado num daqueles ficheiros que sabemos ter guardados, mas aos quais não acedemos por já se encontrarem em formatos de arquivo que exigem tempo e atenção que não conseguimos dispensar diariamente.

No comboio, as pessoas lá se encontravam paradas no tempo. As que olham através dos outros e nem se interessam por tal espaço temporal. As que usam tal espaço como sala de espera, ensaiando as suas acções e pensamentos futuros. As que simplesmente dormem no seu processo. As que vivem para tal momento onde não deixam escapar vivalma, analisando todos os seres, que partilham o mesmo espaço, da cabeça aos pés. E ainda, os que transparecem estar a questionar-se da mesma forma que ela o fazia.

Em tantas viagens já se tinha aventurado em tal comboio, que certa era a sua encarnação em todas essas personagens. Conhecia-as bem e de todas, ou seja, de si mesma já se havia rido.

No entanto, naquela manhã, nenhuma delas lhe despertava mais atenção que o mar que acompanhava a linha apaixonado pela areia que abraçava docemente.

Desprogramar e instalar novo sistema operativo, Meditando!

O pensamento positivo não se alcança com passividade nem credulidade idiota e fé inabalável, pois a única certeza possível é que essa mesma poderá ser abalada a qualquer instante. O conhecimento faz parte da evolução e certezas nunca serão certas até ao fim dos nossos dias. Ser optimista é saber viver o momento e “ver o copo meio cheio em vez de meio vazio”, ao contrário de contemplarmos os “copos” dos outros, deveremos saborear a água do nosso!

Os pensamentos negativos geram emoções desagradáveis e, perante elas, o nosso sistema simpático activa-se para se defender a nível hormonal e imunitário injectando no sistema secreções de adrenalina e de cortisol (os flashes repetidos de adrenalina deterioram o sistema cardiovascular e o cortisol afecta o sistema imunitário). Anti-vírus inato à condição humana, adquirido com o sistema logo à nascença! Estas emoções e seus efeitos no nosso corpo são mais perigosos do que se pensa e poderão gerar ou despoletar doenças crónicas de stress e ansiedade que só mais tarde se identificam.

No entanto, e como seria de esperar, o contrário também se verifica e é real, devendo, por isso mesmo, ser aproveitado por nós, seres humanos supostamente inteligentes, para a melhoria da nossa condição humana e terrena. As emoções agradáveis despoletam um ciclo biológico que estimula mecanismos de “reparação interna”, de recuperação e descanso do corpo. Logo, deveríamos aproveitar tal informação e estimular o nosso próprio bem-estar, ao invés de reforçarmos a nossa depressão, mergulhando nela em auto-comiseração.

Não existe transfiguração mais incrível deste facto que a incrível terapia verificada a partir de um placebo, nada mais representando este que pensamento positivo e injecção de boas químicas no nosso próprio corpo através do estímulo do nosso próprio cérebro. É o pozinho perlimpimpim de que todos precisamos para sermos felizes e é incrível como ele só depende de nós mesmos para se transformar e magia real. Não deixa de ser verdade que o prazer e o bem-estar é mais facilmente impulsionado pelo amor que recebemos do mundo, mas o verdadeiro amor e bem-estar do qual poderemos usufruir está dentro de nós mesmos, querendo com isto dizer que é preciso darmos para recebermos em igual e notória proporção.

Portanto, toca a animar e a sorrir para aumentar os níveis de dopamina (neuromediador do prazer da acção) e de serotonina (neuromediador do prazer da relação). Cada um deverá estimular o que mais lhe apraz fazer. No meu caso, cá escrevo que nem uma doida. Escrever faz funcionar o hemisfério esquerdo do cérebro, o da racionalidade que gera emoções positivas. A esperança é uma necessidade colectiva e universal e um fenómeno contagioso, pelo que espero contagiar os que me acompanhem no aglomerado de letras que compõem as minhas ideias e as apresentam ao mundo!

Fica, então, um Lição Zen do intérprete oficial do Dalai-Lama Mathieu Ricard:

"O que guia os seguidores do budismo é a confiança na possibilidade de transformação que há em cada ser humano, através da meditação. No ocidente, para trabalharmos a beleza física podemos estar horas num apartamento a pedalar numa bicicleta que não vai a parte nenhuma, mas nunca pensamos em utilizar essa energia para transformar o espírito. A meditação não é apenas para orientais. Esta técnica ajuda a reduzir o stress, a evitar a ira e a ansiedade. Vinte minutos por dia para adquirir uma força interior; uma forma de gerir as emoções que tornará mais suaves as restantes 23h40 do dia. Existem exercícios que funcionam para toda a gente e que se baseiam no treino da atenção. A observação do sopro da respiração que vai e vem, a concentração do espírito nesta sensação. Graças a este tipo de treino, o espírito fica mais calmo. O problema é posicionarmos sempre as nossas esperanças no que é exterior a nós mesmos, pensamos que se tivermos “tudo aquilo” seremos mais felizes. Como se o universo fosse um catálogo dos nossos desejos ou se o essencial estivesse fora de nós. Outro obstáculo é o egocentrismo: sem altruísmo não há autêntica felicidade. Um dos objectivos da meditação é justamente destruir o egoísmo, cultivar o amor pelos outros e abrirmo-nos à compaixão. Sem afecto, sem amor altruísta e sem equilíbrio emocional, estamos mal posicionados na existência."

Canalizemos as boas energias e expulsemos as más, respondendo com amor.

LUVDAWORD=LUVYOURSELF

10 de fevereiro de 2009

Lusitana Paixão, a minha!


Imagem de Lúcifer na catedral Saint-Paul de Liège, na Bélgica.

O nome “Lúcifer” é muitas vezes empregado como referência a Satanás, mas não existe qualquer fundamento bíblico que sustente esta ideia. A palavra "Lúcifer" é uma má tradução nalgumas Bíblias da palavra hebraica hêlîl em Isaías 14:12.

Isaías 14:12: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias tão brilhante?”

Versões bem conhecidas como a Revista e Corrigida traduzem esta palavra como a "estrela da manhã."
Como tantos outros erros de tradução, este com séculos de consequências apresenta-nos barreiras culturais de intrínsecas estórias tão difíceis de contestar como de provar. No entanto, na verdadeira acepção da palavra e em termos linguísticos e etimológicos, o nome Lúcifer não deveria ser nem associado ao mitológico Satanás ou lato Diabo nem a qualquer conotação negativa.

É interessante referir que o Novo Testamento fala sobre a "estrela da alva" (2 Pedro 1:19) e a "estrela da manhã" (Apocalipse 2:28; 22:16). Em todas estas passagens, evidentemente, a estrela da manhã não é Satanás, ou qualquer outra criatura diabólica. O próprio Jesus é a brilhante estrela da manhã que abençoa seus servos fiéis.

“Lúcifer” é uma palavra latina que significa “portador da luz" (Vem do latim, lux, lucis = luz; ferre = carregar) cuja correspondente em grego é "phosphoros", significa "o portador do archote" ou "o portador da luz".

Além destas noções, existe ainda outra, sendo esta a que mais me apraz. Lúcifer foi um nome dado pelos latinos ao planeta Vénus. Vénus, devido à sua proximidade do sol, torna-se visível quando este se encontra no horizonte, durante os crepúsculos, sejam, esses matutinos ou vespertinos. Daí ser conhecido como a estrela da manhã, e também como a estrela vespertina. Ao amanhecer, a "estrela" Vénus surge no horizonte antes do "nascimento" do sol. É como se fizesse o papel de arauto do sol, despertando o astro rei do seu sono nas regiões abissais e anunciando, de manhã, a chegada do sol. Ao entardecer, Vénus "empurra" o Sol novamente para as regiões obscuras. Talvez tenha surgido daqui a noção de que Vénus ou Lúcifer, estrela da manhã "carrega" o archote, ou, o sol...

No entanto, Satanás é igualmente conhecido como Lúcifer, nome atribuído ao anjo caído, da ordem dos Querubins, como descrito no texto Bíblico do Livro de Ezequiel, no capítulo 28.
De acordo com a mitologia estabelecida pela igreja católica, Lúcifer era o mais forte e o mais belo de todos os Arcanjos. Deus, concedeu-lhe, então, uma posição de destaque entre todos os seus auxiliares. Segundo a mesma, este orgulhava-se do seu poder, não aceitava servir uma criação de Deus,"O Homem" e revoltou-se contra o Altíssimo. O Arcanjo Miguel liderou as hostes de Deus na luta contra Lúcifer e as suas legiões de anjos corrompidos, derrotando-os e expulsando-os do céu. Desde então, o mundo vive em guerra eterna entre Deus e o Diabo. De um lado Lúcifer e suas legiões tentam corromper as criaturas mortais, obra de Deus, e do outro lado, Deus, os anjos, arcanjos, querubins e Santos travam batalhas diárias contra as forças do Mal (personificado em Lúcifer).
Oficialmente a Igreja não atribui a Lúcifer o papel de Diabo, mas apenas o estado de "caído" (Petavius, De Angelis, III, iii, 4).

Analisemos então o significado de Diabo e de Satanás.

Pois bem, Diabo significa Acusador, palavra que descontextualizada poderá soar, de facto, mal. Eras algumas atrás, acusar era sinónimo de poder e poder não era propriamente sinónimo de justiça, uma vez que comparativamente aos nossos dias, esse não se estendia muito para além do círculo religioso estabelecido. Hoje em dia, em muitos casos, acusar aplica-se igualmente à defesa de uma causa ou de direitos que supostamente deveriam ser respeitados.

Temos ainda Satanás, que tem origem na palavra Satã, que por sua vez significa Adversário. Mais uma vez, se contextualizarmos a utilização da palavra Satanás na era em que esta se conotou negativamente, percebemos a força que a religião da época terá imposto sobre tais conotações, uma vez que visava destruir qualquer vislumbrado adversário que ameaçasse abalar tal super potência.

Como seria de esperar, a linguística destes dois nomes evoluiu de acordo com a sua utilização e poderá ser fácil encontrar definições diversas em termos da sua significação. Encontramos, portanto, como definição mais vulgarizada nos nossos dicionários, Diabo como sendo o Caluniador e Satanás como sendo o Demónio. Definições adquiridas e não directamente associadas à origem das palavras em si. Tudo é, evidentemente, discutível e tais novas definições, marcadas pela era cristã, não poderão ser consideradas menos válidas que todas as outras.

Em Apocalipse 22:16 está escrito: "Eu, Jesus, … sou a raiz e o descendente de Davi, sou a estrela radiosa da manha." — Isto remete-nos para uma discussão interessante, se o próprio Jesus se auto denominou a estrela radiosa da manhã, que também é Lúcifer, este nome não deveria ter sido associado ao mal de forma alguma!
Ao pesquisar sobre esta palavra, descobri ainda facto curioso: um Bispo que se chamava Lúcifer, de Cagliari, na Sicília, de 370 a 371, montou uma doutrina contrária a todo e qualquer contacto com os idólatras.

E porquê escrever sobre isto? Bom, ainda esta semana, colegas minhas se referiram ao nome Lúcifer como algo não desejado empregando ao mesmo uma conotação negativa à qual eu, confesso, achei piada.
Porquê? Bom, como lusitana que sou, lusa me confesso. As origens do nosso povo lusitano remetem, exactamente para um povo que adorava Lúcifer, os Lusos da península Ibérica, dos quais costumo falar às vezes, em influência de meu pai que tão apaixonadamente me incutiu curioso fascínio por tais factos históricos.

Ficam então aqui alguns factos históricos relativos a tal povo do qual somos oriundos:
Os lusitanos constituíam um conjunto de povos de origem indo-europeia, e habitavam no oeste da Península Ibérica no que hoje é Portugal e parte da Extremadura espanhola.
A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Este chefiava a tribo dos lusitani, considerada por alguns autores a maior das tribos ibéricas, com a qual durante muitos anos lutaram os romanos. As lutas dos lusitanos contra os romanos começaram em 193 a.C. Esta luta só acabou com o assassínio traiçoeiro de Viriato por três companheiros tentados pelo ouro romano.

Mitologicamente, ou seja, em tipíca interpretação/ tradução/ classificação pagã a cargo de padres cristãos, Luso é o suposto filho ou companheiro de Baco, o deus romano do vinho e do furor. Mitologia esta romana, repescada da grega (Dioniso, Diónisos ou Dionísio era o deus grego equivalente ao deus romano Baco) que em nada se relaciona com a península Ibérica e os povos que nela habitaram. Mais uma vez, contextualizada, se percebe a forte influência que a limitada educação reservada aos que detinham o poder exerceu sobre a nossa sociedade. O que foi interpretado, escrito e divulgado tem influência actual sobre a nossa cultura e crenças.

É esta mitologia pagã que lemos na estrofe 22 do Canto III d'Os Lusíadas de Camões.

Esta foi Lusitânia, derivada
De Luso, ou Lisa, que de Baco antigo
Filhos foram, parece, ou companheiros,
E nela então os Íncolas primeiros.
Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas,
estrofe 22 do Canto III

Bom, quer se goste, quer não, a identificação da Lusitânia com Portugal vem praticamente das origens da nacionalidade portuguesa: num texto dos finais do século XII, Vida de S.Teotónio, D.Afonso Henriques é designado “(...) rei de toda a Lusitânia e parte da Galiza”. Esta identificação tornou-se tão universal quão indiscutível, e tem-se mantido até aos nossos dias: a Carta Apostólica de 16 de Janeiro de 1946, em que o papa Pio XII constitui Santo António de Lisboa 'Doutor da Igreja', começa com as seguintes palavras: “Exulta, Lusitania felix! (...) ”.

A tribo Lusitani habitava na Serra da Estrela. É inevitável ligar o topónimo 'Estrela' à origem do etnónimo 'Luso': Lúcifer é a Estrela da Manhã (Phosphoros) e a divindade Lux ou Luci era a invocada pelos Lusitanos. O deus Endovellicus, adorado pelos Lusitanos, também se chamava Lu, e supõem alguns que teria derivado daí o nome 'Luso'. Alguns historiadores afirmam com a maior naturalidade que Viriato era um 'adorador do arcanjo Lúcifer ou Portador de Luz, chefe da tribo mais aguerrida dos Lusitanos, chamada Poesures ou pastores da Serra da Estrela, acrescentando que por Lúcifer ser conhecido, igualmente, por Estrela da Manhã é que ainda hoje a serra onde viviam os Poesures conserva o nome de Serra da Estrela.

Por tal história e tanta mais por contar, nos revestimos de uma singularidade denominada de Lusitana. Não há dúvida que qualquer povo é único em termos culturais e sociológicos. A genética encarrega-se da passagem de genes dos quais não existe memória, mas cuja presença é incontestável.

Por isso, cá espero por ti genuíno luso-descendente, de espada em punho, capaz de se bater por mim até à morte por nada mais que princípio e honra.

Hehe, mesmo à filme!
A ti dedico esta minha Lusitana paixão, meu Adorado Lúcifer!
Traz lá o Sol para me aquecer!

Must go – Loriga!

Curious?
Check:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viriato
http://www.in-loco.com/Viriato.htm
http://viriatus.no.sapo.pt/
http://portugalhistoria.blogspot.com/2008/02/quem-eram-os-lusitanos.html
http://groups.msn.com/smkq6tklbkrpsggg511l6n9287/Lusitnia.msnw

9 de fevereiro de 2009

CURTA E GROSSA REVELAÇÃO DE HOJE

Melhor dizendo, de ontem à noite, mais exactamente pelas 2 e pouco da manhã. Num dos meus habituais subitamentos incontroláveis, pulo da cama em sobressalto e viajo pela casa à procura de papel e caneta, simplesmente porque tem de ser, tem de ficar registado, preciso de o anotar... a esse pensamento que me passa pelos olhos como um filme passa na televisão.

"Perdoar não é esquecer, mas sim aceitar.
Aceitar implica diversas mutações internas,
inconscientes e desapercebidas, mas extremamente reais.
Porque assumimos nós tal aceitação?
Porque nos é suplicada e porque a dor nos deturpa os sentidos e a falta de amor que os outros têm por nós se transforma em falta de amor próprio e em surreal presunção de não sermos merecedores de mais.

Calada, cresce em nós inevitável indiferença, em aparente autocomiseração, ela permanece e engorda até que nada mais se sinta senão a sua presença.

Não mais direi perdoar,
pois tal acto cinicamente se reveste de pura mentira.

Mais importante que isso,
nao mais aceitarei,
pois de mim não brotará jamais tal desrespeito
e dele não sou merecedora.
Mais, mereço muito mais!

Dos nossos actos, mais ninguém tem culpa senão nós mesmos.

Por isso, nuncas digas que perdoas e nunca queiras acreditar que aceitas!
Exige mais, acima de tudo, de ti mesma!

Tu és merecedora de muito mais, acredita em ti mesma e o mundo dar-te-á Amor genuíno!

Não mais aceitarei,
pois só a mim não perdoarei por fazê-lo.

E nunca culpes os outros pelo teu sofrimento,
ele advém unica e exclusivamente da tua falta de amor próprio, das tuas fraquezas e das tuas submissões à vontade dos outros.

Agora faz-me um favor: levanta-te e caminha!

Milagres, só tu os podes realizar, se acreditares em ti mesma!"


Sarita, o texto é sobre a minha experiência, mas dedico-o a ti! Quero que te levantes, mulher linda que és! Caminhes por ti mesma, procura a força genuína que existe dentro de ti! E valoriza-te, sempre! SEMPRE!
Tu mereces muito mais!
Adoro-te muito!
Sempre que precisares, estarei aqui!

30 de janeiro de 2009

Negamos com a ajuda de um verbo auxiliar...

Relembro Proust que, numa inesquecível passagem do seu livro “Em busca do tempo perdido” descreve a sala de jantar do Grande hotel de Balbec “como um imenso e maravilhoso aquário diante do qual, numa parede de vidro, a população laboriosa de Balbec - pescadores e famílias de pequenos burgueses - invisíveis na sombra, se esmagam contra a vidraça para se aperceberem da vida luxuosa dessas pessoas tão extraordinária para os pobres como a dos peixes mais estranhos” (tradução por mim feita às pressas em ânsia de transmissão da ideia). Nesta passagem, descreve, este mestre da escrita, a incrível discrepância que sempre existirá neste mundo inevitavelmente material.

Crise? Isso só existe para alguns! É tão simples como isso. Nada existe de complexo em tal conclusão, sempre o mundo irá girar desta mesma forma e serão sempre os mesmos a carregar às costas o mundo, para que este continue a girar.
Pobres, sempre nos agarramos à ideia de que o dinheiro não traz felicidade.

Acreditemos nisso, sempre, para não chorarmos o dia todo…

Ironias à parte, a verdade é que a necessidade traz força, impele-nos para a luta e essa só nos poderá presentear com auto-realização e orgulho. Por poucos que sejam os passos que dermos, o esforço que invocamos para a sua realização será imensurável e trará nada mais que ainda mais força para lutarmos contra as injustiças que se atravessarão no nosso caminho até ao nosso último suspiro. Esta é a vida de um não rico, de pessoas que enfrentam desejos não realizados diariamente, insatisfações de desigualdade, frustrações de incapacidade de posse, etc… Ninguém poderá estar, em situação alguma, plenamente realizado e é aqui que nos apercebemos da existência de realidades diferentes. Não me arrependo de ter nascido deste lado do vidro, pois parece-me que o meu coração é maior e, sem dúvida, mais forte.

Esta chamada “crise” que atravessamos atinge o ego dos portugueses que haviam acreditado ter poder de compra, que haviam acreditado fazer parte de uma União Europeia desenvolvida e repleta de oportunidades e desenvolvimento. Deixemo-nos de ilusões ridículas. Os que sempre tiveram vida exacerbada, posses avultadas e subsequente falta de senso comum, são ainda os que assim continuam e perduram. Esses, jamais saberão o que é a crise, apesar de gritarem aos quatro ventos que “agora isto está muito mau, está tudo muito caro… mas sim, fui ao teatro; sim, já vi esse filme; sim, é claro que tenho umas calças dessas; sim, é claro que vou comprar as sandálias mais in, sim, é claro que arranjo as unhas no cabeleireiro todas as semanas, sim, é claro que vou jantar fora convosco…etc”. Por favor…

Percebo o direito de posse que adquiriram, seja por “osmose” ou por trabalho árduo. Nada apresento contra tais vidas, que não a minha, pois a ela não tenho direito e da mesma não tenho conhecimento. Nada me indigna na ostentação das suas posses, pois de tais posses não sinto necessidade e em nada afecta a minha relação diária com tais pessoas, que evidentemente muito me oferecem e muito me ensinam. Dois lados opostos que se completam, em inevitável necessidade mútua. No outro extremo, o que gasta uma nas unhas todas as semanas paga o pão e os iogurtes para os filhos durante uma semana e as calças de um pagam a água e a luz de um outro. Inevitável, esta diferença de realidades.

Com tais constatações, apenas desejo salientar objectivamente que existem diversas e variadas noções da realidade, nomeadamente essa denominada de crise. Enquanto para alguns é sinónimo de menos compras, posses e actividades recreativas, para outros é sinónimo de falta de comida na mesa, noites de insónia em desespero de futuro incerto e contas para pagar com saldo negativo, o mesmo quer dizer com dinheiro que não temos e que teremos de pagar com juros. Alguns nunca se aperceberão de que o dinheiro também se compra, e bem caro que este é.

A consequência mais injusta de tal crise não é a falta de bens mas sim a diferença entre os diferentes estratos sociais e a indignação que esta nos causa. A revolta, a incompreensão e os actos a que nos impelem tais sentimentos são sua a verdadeira consequência. O aumento da criminalidade, consequência directa de tais sentimentos, alia-se ao sistema educativo português que com o seu grau de sucesso inigualável nos surpreende. Eu, pessoalmente, surpreendo-me bastante ao dialogar ou tentar estabelecer diálogo, é mais o caso, com adolescentes activamente cativos de tal sistema. Fica sempre a estranha sensação de que todas as salas de aula decerto estarão equipadas com um televisor com “Morangos” a bombar injecções estereotipadas de realidades inexistentes e que tão ingenuamente assimilam os nossos jovens sem qualquer problema. Ou isso ou os alunos passam os 50 minutos de aula com os phones na tola e o acenar de cabeça ao qual os professores acedem, prolongando o seu monólogo com estupidificante contentamento, não passa do espasmo hipnótico que a música lhes provoca.

Felizmente, sempre existirá a excepção. Apesar de por aí andar escondida, acredito na sua existência e nela vou apaziguando as minhas frustrações. Voltemos, então, ao que me levou a escrever o título, primeira frase que despoletou tantas outras atabalhoadas. Tal denominada crise nada mais representa que mais uma volta na espiral interminável e cíclica, controlada pelos governos e sistemas mundiais, consequência de sistema governante desde o inicio dos tempos; fosse esse monarquia, ditadura, comunismo ou república. Com isto, relembro apenas que Portugal já conheceu crises muito mais tristes, em que poder de compra não tinha significado mais extenso que possuir um isqueiro, um colchão e umas mudas de roupa.

Sem querer entrar num debate que aqui não tem lugar, admita-se que o dinheiro faz parte dessas “imoralidades necessárias” a uma sociedade na condição de o seu reinado ser obstruído e controlado. Desconfiemos, portanto, e em igual proporção, de quem apregoe desdém por tal bem material. Não me visto de cinismo, quem me dera ter dinheiro! Este permite, ainda, aos não aderentes, sobreviverem no exílio, nos seus refúgios. Dinheiro compra muita coisa… nem que seja privacidade e fuga às pressões psicológicas do ciclo que ele mesmo gera. O sistema é inevitável, atinge todas as almas e mesmo as perdidas pagam o tratamento.

Não tenciono espalhar a minha pobreza com orgulho. Não sou apologista de extremismos nem ideologias de ataque crítico incessante. Relato apenas as diferentes realidades existentes e a sua notória interacção, que se verifica com o crescente contraste criado pelo buraco deixado a par da extinção da classe média. Sem querer desagradar aos seus detractores, afirmo apenas que a indecência do dinheiro não reside na sua existência mas sim na sua raridade; na forma insolente como é confiscado por meia dúzia de auto-intitulados senhores do mundo. (Um pressentimento desagradável adverte-nos, ainda que ideia louca minha, que a pobreza nos países desenvolvidos talvez nunca venha a ser vencida porque os ricos não têm necessidade dos pobres para enriquecer. Para isso, exploram já metade do mundo que vive em verdadeira, essa sim, Crise constante sem terem direito a sequer a pátria, que desde sempre se desenhou em prol de alimento de outra civilização qualquer distante.)

Devemos, portanto, voltar a cheirar a sabedoria dos Antigos e admitir, como Aristóteles, que a beleza, riqueza e saúde são igualmente acessórios úteis e válidos para uma boa vida. “Ninguém condenou a sabedoria à pobreza”, dizia ainda Séneca…
Ironia do destino é verificarmos que são os que menos têm que mais valores dão aos bens imateriais, esses que deveriam ser sempre os mais importantes. Já dizia a minha avó que o que não nos mata, torna-nos mais fortes. A minha mãe acrescenta sempre que não mata, mas mói. Fruto do que vivemos e experienciamos, cá nos vamos compondo de aprendizagens. Não sou perfeito espécime que se possa intrusar em sociedade endinheirada (ou aparentada de tal), mas sei que não o quero ser e isso serve-me de consolo ao meu ridículo estado de pobreza.

Não é que necessitasse de tais tempestades, mas decerto me irão ensinar a navegar melhor!

A família e os amigos são a verdadeira e única riqueza que perdurará e poderá fazer de nós ricas pessoas. Cultivemos, então, esse jardim, com amor! Esse que todos temos dentro de nós!

Obrigada a todos os que me amam!
Espero conseguir retribuir-vos sempre de braços abertos!

23 de janeiro de 2009

Loucura!

Erasmo foi um “Louco” do seu tempo. Um irreverente, sarcástico e ambicioso homem, cheio de vontades e ideias que não prendeu dentro do espírito. Revoltou-se contra os “bárbaros” do seu tempo e no papel carimbou as suas insipiências nas andanças revolucionárias da sua época! Foi um dos grandes humanistas do Renascimento, pelo seu saber clássico e universalidade de espírito. "Elogio Da Loucura", é um livro imprescindível numa imaginária estante que um dia cultivarei com tanto amor como o jardim que poderei amar pela janela da biblioteca dos meus sonhos!

"Elogio Da Loucura" é um ensaio (tipo de escrita que domina as minhas predilecções de leitura) escrito em 1509 por Erasmo de Roderdão. Este livro foi um dos catalisadores da Reforma Protestante - movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero que, através da publicação das suas teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo.

O livro começa com uma sátira tornando-se, depois, mais sombrio por meio de orações onde revela a loucura em auto-depreciação. Loucura personificada, mas que representa nada mais que a dúvida de nós mesmos como pessoas, como seres, como veículos e como peões nunca totalmente cegos. Erasmo descreve e apresenta uma sátira dos abusos supersticiosos da doutrina católica e das prácticas corruptas da Igreja Católica Romana e termina o ensaio com um testamento emocionante dos ideiais cristãos.

A Loucura compara-se a um dos deuses, filha de Plutão e Frescura, educada pela Inebriação e Ignorância e apresentando como companheiros fiéis Philautia (amor-próprio), Kolakia (elogios), Lethe (esquecimento), Misoponia (preguiça), Hedone (prazer), Anoia (Loucura), Tryphe (falta de vontade), Komos (destempero) e Eegretos Hypnos (sono morto).

Loucos somos todos. Diariamente, exteriorizamos a nossa criatividade, ousadia, desejos e inconsequente ou subsequente loucura... Mudamos o mundo com os nossos olhos!
Quem censura a loucura enterra obras por ler e deita fora outras que poderia, por elas inspirado, escrever e encerra portas aos noviços em recusa de partilha de conhecimento.

A verdadeira loucura talvez não seja mais do que a própria sabedoria que, cansada de descobrir as vergonhas do mundo, tomou a inteligente resolução de enlouquecer!
Obstinação e calor na argumentação são provas seguras de loucura. Há lá alguma coisa tão teimosa, desdenhosa, contemplativa, grave e séria, como um burro?


Cá humildemente me declaro sedenta de conhecimento. Longa estrada terei de percorrer para poder delinear conclusões e verdades como filósofos como Erasmo. Não me imagino, em ocasião alguma, poder firmar obra digna de contemplação, mas continuarei a divertir-me com as palavras e com esta dita escrita sentida.

Doce Rotina, essa a da Loucura do Mundo!

Quem sabe hoje, amanhã e talvez ainda eternamente nos questionemos sobre as loucuras da alma. Interminável é a procura de justificações.

Todos encerramos em nós pedaços esquecidos de loucuras. Esses, fugazes sonhos inconcretizáveis ou incompreensíveis ímpetos, que vamos aglomerando em espaço reservado e de difícil acesso. Optamos, muitas vezes, pelo silêncio em benefício primário de nós mesmos. Baixar a cabeça representa nada menos que falta de coragem, mas admito que se envolve em sensatez e sentido de segurança. É instinto animal que nos faz fugir ao sofrimento e nos mantém na linha da mediana e aceitável estabelecida normalidade.

Agradeço a todos os loucos, que se insurgiram contra o estabelecido (ninguém nunca chega a saber bem por quem….) que nos presentearam com tais ensaios, teorias, artes, demonstrações de carácter, etc. São esses que preenchem a nossa História como humanidade. Foram esses que nos impeliram a evoluir, descobrir, aceitar, rebelar.
E.U. – Especial e Única como Tu!
WE ARE ONE, WE ARE ALL!

21 de janeiro de 2009

Saudade!

Saudade é rasgo de alma, falta de pedaço de nós mesmos que sabemos pertencer-nos mas que não se acusa fisicamente no momento.

Palavra incrivelmente genuína e portuguesa, essa sem tradução literal em tantas outras línguas. Provém do latim "solitáte", solidão. Mas não é o mesmo que solidão, porque não implica que não estejamos bem com o mundo e com a pessoa ou objecto da nossa saudade.

Dita a lenda que terá sido cunhada na época dos Descobrimentos no Brasil, utilizada para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe dos seus entes queridos.

É definida como a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou acções. No entanto, para mim, também não é melancolia, pelo facto de não se associar necessariamente a algo que não voltemos a sentir ou reencontrar, antes apenas a algo que amamos e desejamos repetir em acção e sensação.

Bela é a sua fonética e triste a sua sensação que nos faz correr rios de lembranças pela face em simultâneo, ainda que subtil, sorriso incontrolado.
Inequivocamente, como seres sociáveis que somos, é-nos impossível não nos apegarmos uns aos outros. No entanto, e sem qualquer dúvida, a alguns associamo-nos com intensidade estranhamente destinada, sem explicação que não soe a obtusa lei imposta pelos que não se aventuram no desconhecido sem intenção de afirmação de si mesmos. São essas associações e partilhas que, de tão genuínas, nos enchem a alma de SAUDADE!

Não tenciono nem necessito de me provar ao Mundo e a ele me dou sem que o mesmo me tenha de retribuir algo. A dádiva de nós mesmos aos outros é acto unicamente humano, pelo que acredito na plena sensação de genuinidade ao fazê-lo sem intenção medíocre preenchida de nada mais que puro egoísmo.

Pedaços de mim mesma, por mim atirados aos ventos, agarrados com paixão pelos que me tocaram, roubados sem que por eles reclame, na esperança de um dia receber um pedaço de alguém com sabor a genuíno abrir de alma, liberto de obrigatoriedades de pertença e repleto de incondicionalismo.

Saudade é sentimento constante, que nunca se perde. Quando se ama alguém ou algo, jamais poderemos extinguir a saudade que nos assolará na sua ausência vezes sem conta até ao final dos nossos dias. Talvez advenha desta conclusão, a expressão “matar saudades” que nos satisfaz um desejo de reencontro connosco mesmos; ao nos cruzarmos com esse pedaço de nós mesmos que deixámos colados a alguém ou a algum sitio. A satisfação de tal necessidade causa-nos prazer tal que amanhã a saudade só poderá ser maior ainda.

Logo, amigos, a Saudade não é mais que uma bela Ressaca! LOL

A palavra portuguesa "saudade" foi considerada como o sétimo vocábulo estrangeiro mais difícil de traduzir, segundo uma votação realizada por mil linguistas, levada a cabo pela agência londrina de tradução e interpretação Today Translations:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u398210.shtml

A mais votada foi "ilunga", de uma língua falada numa região da República Democrática do Congo e que significa "uma pessoa que está disposta a perdoar qualquer abuso pela primeira vez, a tolerar uma segunda vez, mas nunca uma terceira vez". Incrível, a mensagem veiculada numa só palavra!

Em quase todas as línguas existem formas de exprimir que se sente falta de alguém ou de algo, mas a palavra como nome, substantivo, sentimento, raramente é expressada linguisticamente como no Português. Na gramática, Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa.

Espanhol: soledad
Catalão: soledat
Galego: morriña (saudades de casa)
Romeno: Dor (A nossa dor, foneticamente em romeno diz-se: Dorere)
Italiano: mi manchi ou Ho nostalgia di te
Inglês: Missing or longing
Hebraico: Diz-se :ga-agua, e no plural- saudades-- ga-agu-im
(mas as letras sao diferentes do portugues)
Francês: Manquer
Alemão: ich vermisse dich (tenho saudades tuas)
Crioulo de Cabo Verde: Sodade

Todas estas expressões estrangeiras não definem o que sentimos. São apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exactamente o que é. Não é só um obstáculo ou uma incompatibilidade da linguagem, mas é principalmente uma característica cultural daqueles que falam a língua portuguesa.

O fado e a saudade são rasgos da língua, portanto, e não dos povos ou das pessoas: é algo que só a língua portuguesa nomeia, e essa designação descreve um sentimento complexo, por vezes fatalista e por vezes melancólico. A linguagem é criadora de realidades. A linguistica é gerada por épocas, vivências, e sentimentos partilhados por uma nação.

Saudade é um registo fiel do passado. É a prova incontestável de que tudo o que vivemos ficou impresso na nossa alma. Ao confessarmos uma saudade, na verdade, vangloriamo-nos de que, ao menos uma vez na vida, conhecemos pessoas e vivemos situações que foram boas, e que a sua lembrança será eterna. Nutri-la, é alimentar o espírito e a própria existência.

Acredito que sentir saudades é sinónimo de viver, de nos darmos ao mundo, de termos lembranças que valem a pena recordar. Eu recordo as minhas com grandes sorrisos, sempre.

Não obstante as mil saudades que mais guardo dentro de mim, cá me confesso como pronta a criar novas saudades que me preencham o coração e a alma mais um pouquinho!

Fica, por fim, uma citação de um dos meus escritores preferidos:
Em “O outro pé da sereia”, o moçambicano Mia Couto escreve:
“A saudade é um morcego cego que falhou o fruto e mordeu a noite”!

17 de janeiro de 2009

Hormonas aos saltos...

Nesta altura do mês, um turbilhão indefinido de sensações assalta-me o corpo sem pedir autorização.
Mulher que sou, cá sucumbo às alterações geofísicas do planeta que me alteram os humores com as suas marés, ora altas ora baixas.
Isto chega a ser deprimente, com uma lágrima no canto do olho cantarolando a nova versão do One Love dos U2 no carro. Mas, eis que, de repente, ao ver figura ridícula de outrém que se atravessa no caminho, disparo em risota histérica e nela mergulho até me doer a barriga...
Vá-se lá perceber, gritam os oriundos da votação do dia em que ganhou a maioria de cromossomas Y na Democracia Genética.
Mas a verdade é que, apesar de não haver desejo mais profundo numa mulher que encontrar alguém que a perceba e compreenda, nem ela mesma percebe que raio se passa com as suas vontades e ímpetos que se alteram com a simples brisa que lhe toca a face.
Não queremos afirmações típicas do género - Tu tás é com o chico, gaja!
Tal afirmação só terá uma única possível consequência, o amuo imediato.
Agora perguntam vocês, a maioria desse dia Y, mas por que raio amuam elas se é verdade?
Ora, exactamente, porque o sabem ser verdade e não têm resposta para tais alterações de humor nem o conseguem controlar; o sentimento de impotência constatado sempre uns segundos após a reacção incontrolada é o marco desta altura do mês...
Logo...caros Y's, o melhor é não dizerem nada e tentarem não levar a peito as barbaridades proferidas em tais dias... LOLOL

Fica aqui então a deixa!:):)
Caso tenham alguma dúvida existêncial relativamente aos seres de maioria X,poderão colocá-la para tentarmos esclarecer na medida do possível.. nem que seja para vos informar que não existe explicação...lolol

Feliz, eu estou!!!!

Freud declarou a felicidade como impossível, dizendo que esta é a parte dos desejos sempre crescentes que o individuo deve abandonar para viver em sociedade, sendo a cultura edificada sobre a renúncia dos instintos.
Talvez por isso, esses mesmos instintos tenham sido substituídos por outros não condenados como o consumismo desenfreado, o falatório e julgamento desmedido sobre as acções dos que se aventuram na sua genuinidade, a gula ou o consumo de alcóol.
A opção e escolha parecem-me injustamente postas de lado, condenadas a serem catalogadas como actos de heresia.
Despojemo-nos de falsos pertences, esses materiais que de nada nos servirão em dias de solidão.
Freud dizia que apenas a realização de um desejo infantil é capaz de proporcionar felicidade... Mas e agora? Lembramo-nos dos nossos desejos de infância?
Concluíu, ainda Freud, que a necessidade é conceito biológico e natural e o desejo psíquico e desnaturado. Os dois satisfeitos, não há dúvida, compõem então uma espécie de sensação plena denominada de felicidade.
A afirmação freudiana que diz que “o mundo é movido pela fome e pelo amor” também levanta sérias questões. Somente um pensamento complexo que está por ser inventado poderá dar conta desta questão.
Para Freud, é o desejo que põe em movimento o aparelho psíquico e o orienta segundo a percepção do agradável e do desagradável. A satisfação do desejo traz a felicidade esperada.
Continuo a considerar que o desejo jamais é satisfeito, porque tem origem na falta essencial que habita o ser humano, naquilo que jamais será preenchido e, por isso mesmo o faz sofrer, mas também o impulsiona na procura da realização – ou satisfação parcial – no mundo objectivo.
É preciso, por isso, reconhecer que é na dimensão onírica que o desejo se realiza, por meio do disfarce. Só assim se pode ser feliz. Porque, na dimensão concreta da realidade, jamais se conquista a felicidade. A realidade do mundo, dos acontecimentos e dos factos, frustra a nossa capacidade desejosa de preenchimento ou a sensação de ser feliz.
Portanto, não podemos associar a satisfação das necessidades à felicidade.

Eu estou mais com Kant, que dizia:

“Ninguém me pode obrigar a ser feliz à sua maneira”. I. Kant

Ou se é ou não se é, não acredito em meio termo, estranho conformismo a que se abandonam milhões de pessoas em falta de coragem esbatida pela opinião dos outros...
É questão que nunca terá resposta objectiva. A felicidade não se explica, sente-se!

A Felicidade está dentro de nós e reside na nossa auto-aceitação como pessoas imperfeitas que somos. Perfeita nunca serei, nem mais nem menos que os outros.
Mas orgulhosamente me declaro genuína!
Porquê não sei, mas aqui me tens Mundo!!!!
E eu não tenho vergonha de te dizer que jorra de mim felicidade!
Nunca estive tão pobre...lolol...
Mas caramba, viva a coragem!!!
E sim, estou Feliz como nunca!!!
Venha o amanhã!!!

15 de janeiro de 2009

Vagas de infelicidade...

Tudo se altera quando o animalesco mal que existe em todos nós se manifesta de forma irracional, ofensiva e cruel.
A dor tem de ter culpa. Inevitável é a nossa atribuição da mesma aos outros. Nós contra o Mundo. Sempre será dessa forma que a tentaremos contornar, iludidos com um possível esbatimento da mesma. Atacamos os outros quando, no fundo, queremos pedir ajuda e gritar por socorro.

Desejo apenas que o amanhã traga Paz aos desesperados e Amor aos infelizes!!

O que me atravessa a mente a estas horas...

Ninguém poderá jamais adivinhar o que nos trará o dia de amanhã.
Incógnito e sem nome, ele vagueia por aí à espera de ser agarrado.
Uma coisa é certa, será sempre inevitável.
A estrada é longa e, sem sombra de dúvida, atravessaremos trilhos sinuosos, outros mesmo inacabados.
Mas quem disse que a auto-estrada é o caminho mais seguro não arrisca viver e não se aventura por esses montes e vales que nos cortam a respiração e nos inspiram a construirmos novas estradas.
A força que em nós o vento acorda é deslumbramento insaciável.
Se for preciso, lançarei troncos que unam vales, desbravarei terrenos com as minhas mãos e atirar-me-ei à água para chegar à outra margem onde vislumbre uma estrada acolhedora.
Sozinha ou acompanhada, eu serei sempre capaz de me levantar após as incontáveis quedas que me esperam. Rainha de mim mesma, sem medo de cair novamente, eu serei sempre pequena aos olhos de outrém, mas gigante por dentro.
O Amor que a existência me concede é raio quente que espreita por detrás dessa núvem que desencoraja os conformados.
Não é preciso vê-lo para o sentir. Aquece-me por dentro e preenche-me a alma de forças inquestionáveis que me lançam para o amanhã sem medo.
Os anos tornaram a minha loucura mais regrada, ainda assim, genuína e inata, ela prevalece em meus sorrisos.
E a mim mesma me entrego, para não variar, de corpo e alma, mesmo que ao mundo não o conte.

Andas tapado pelas núvens, mas sei que estás aí Sol!
Sinto o teu calor!
Fico à espera de um raio teu!

Kiss

O escrevinhanço que me levou a iniciar este blogue!

Nas folhas que a árvore caduca ainda sustentava cintilavam os brilhos que o sol emanava naquela fria tarde de Inverno.
Os ramos bailavam em harmonia com a brisa que lhe despertava o rosto. Calma, ela sentia o frio que lhe acordava os sentidos com meiguice.
A cadência das cores, que em dávida a Natureza concedera àquela árvore, preenchiam os seus sonhos.
Deitada, ela respirava a sua calma e inalava a sua maturidade. O que aos outros aprazia trazer incómoda e agreste necessidade de refúgio, dotava-a de libertador sentimento de leveza e pacificidade. Sentia-se completa, encerrada em si mesma e beijada pelo vento, num misto de liberdade e despertença.
Sensação mais real e genuína não existira jamais, essa a de estar presente em si mesma, em assumida aceitação do seu ser.
O sol beijava-lhe a face enquanto ela fechava os olhos em sorrisos de prazeirosa aceitação dos seus toques doces e quentes.
Numa das suas inúmeras viagens a lugar nenhum, gozava a simples satisfação da inalação dos seus próprios sentidos.
A praia estava deserta e a areia levantava-se para dançar com o vento. Os dois, apaixonados, atiravam-se ao mar. Sentada, ela sorria e sentia a paixão que o vento materializava.
Vivos estamos todos, mas poucos são os momentos em que gozamos o simples estado de realeza dos nossos sentidos, que acordados nos enchem a alma de noção e sensação.
É bom estar viva!

Hora de almoço - praia da Torre! Oeiras!